LANÇADAS COM FESTA, VACINAS CONTRA MALÁRIA SÓ EXISTEM DEVIDO À PESQUISA DE BRASILEIROS

Por 20 de fevereiro de 2017

Torba Azenha

Nos últimos dias o mundo comemorou o iminente lançamento de duas vacinas contra a malária (Sanaria e Mosquirix), doença que, só em 2015, infectou 214 milhões de pessoas e matou 438 mil, segundo a World Health Organization.

Mas o que não foi notícia é que o princípio ativo da vacina foi descoberto pelo casal de cientistas brasileiros Victor e Ruth Nussenzweig, que, desde o final da década de 60, se dedicam aos estudos sobre a malária.

Eles se conheceram quando se graduaram na Escola de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) em 1953. Tiveram uma brilhante carreira científica. Ruth ingressou, na década de 60, como professora na Universidade de Nova York (NYU), e em 1984, foi passou a ser professora titular do Departamento de Parasitologia Médica e Molecular. Victor fez seu pós-doutorado na mesma Escola de Medicina da Universidade de Nova York e passou a professor titular no Departamento de Patologia, em 1971 e diretor da Divisão de Imunologia, em 87.

Conhecida por afetar principalmente países tropicais subdesenvolvidos, a malária sempre foi considerada uma causa perdida. Os pacientes das áreas endêmicas não são naturalmente imunizados mesmo após serem infectados diversas vezes.

Ruth e Victor tinham certeza que achariam uma solução e continuaram suas pesquisas até descobrirem que o esporozoíto, o parasita presente nas glândulas salivares do mosquito transmissor, atenuado em raio-X, poderia ser injetado na veia e gerar uma resposta imunológica. Seguiram com os estudos e concluíram que a proteína que reveste a membrana do esporozoíto (CSP) é que garantia a proteção do parasita. As vacinas que estão sendo lançadas atuam atacando essa proteína protetora.
Hoje, com 88 anos, a dupla ainda acompanha e participa das pesquisas sobre a malária.

Para os (bem) iniciados o estudo e as pesquisas das novas vacinas que foi publicado na Nature está aqui.

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