FAZENDAS DIGITAIS

Por 17 de novembro de 2016Agricultura, Highlights

Torba Azenha

O setor agrícola vai enfrentar enormes desafios para alimentar os 9,6 bilhões de pessoas (previsão da FAO) que vão morar no planeta até 2050: a produção de alimentos tem que aumentar 70% até esta data. A disponibilidade de terras aráveis, a crescente necessidade de água doce (a agricultura consome 70% do abastecimento mundial) e outros fatores menos previsíveis, como o impacto das mudanças climáticas interferindo no ciclo de vida de plantas e animais, estão obrigando a agropecuária a se reinventar.

A melhor maneira de enfrentar estas questões e aumentar a qualidade e a quantidade da produção agrícola é usando a tecnologia de sensoriamento para tornar as fazendas mais “inteligentes” e mais conectadas, a chamada “agricultura de precisão”.

Embora o custo da agricultura inteligente ainda seja alto para qualquer grande fazenda (a explicação de porque os EUA, com suas enormes fazendas, estão na vanguarda dessa tecnologia), isso acaba impulsionando a agricultura digital em espaços menores. Nas vinhas, por exemplo, os sensores são instalados em vários locais para obter dados sobre o solo e as plantas e, em seguida, esses dados são usados para prevenir doenças e racionalizar a adubação e a irrigação.

Agricultores e pecuaristas de países europeus estão aderindo em grande número a métodos agrícolas de precisão. Pequenas fazendas, mais inteligentes, são fundamentais para um continente com poucas terras aráveis.

Especialistas dizem que o objetivo não é “industrializar” a agricultura, mas tornar a agricultura mais eficiente, sustentável e de alta qualidade. Na verdade, não é nenhuma revolução que se espera, mas uma nova interpretação das práticas agrícolas com a utilização de tecnologias centradas em dados.

Por sua vez, fornecedores de equipamentos agrícolas estão oferecendo novos produtos robóticos de baixo custo, muitas vezes comercializados sob a forma de Robotics-as-a-Service (RaaS). Diversos modelos de drones ajudam a dirigir tratores e monitorar o solo para o controle da temperatura, umidade, doenças e nutrientes. Estes dados são então analisados e usados para as decisões sobre a plantação, capina, poda e aplicação de produtos químicos.

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