Torba Azenha
O cientista da Nasa (Jet Propulsion Lab) Kasthuri Venkateswaran, Tamas Torok, pesquisador do Lawrence Berkeley National Laboratory e Clay Wang, professor da USC School of Pharmacy tem em comum a paixão (e profundos estudos) por fungos. E agora estão totalmente absorvidos no estudo de algumas variedades muito especiais.
Tudo começou quando a microbiologista Nelli Zhdanova e seus colegas do Instituto de Microbiologia e Virologia em Kiev coletaram amostras, usando robôs, nos anos após a explosão de Chernobyl. Eles descobriram que a vida microbiana prosperou no local do pior acidente nuclear do mundo. E mais, quando o fungo descobriu a fonte de radiação, eles cresceram em direção a ela, para o espanto de todos os pesquisadores. Eles acabaram constatando que os microorganismos continham grande quantidade de melanina (o mesmo pigmento que dá cor à pele e aos cabelos). Tamas Torok ficou encarregado de guardar e preservar esses fungos durante todos esses anos em seu laboratório na Califórnia.
Um novo estudo, mais recente, desenvolvido pelo Albert Einstein College of Medicine deu um passo adiante. Verificou que os fungos de Chernobyl transformaram, ajudados pela radiação, algo normalmente letal – os raios gama – em uma fonte de energia.
Isso foi mais que suficiente para despertar enorme interesse de Venkateswaran e Wang que resolveram enviar à estação espacial quatro cepas do fungo Aspergillus para ver o que acontecia, como eles cresciam em gravidade zero. Os resultados ainda não foram publicados, mas Wang já adiantou que eles são muito, muito promissores. Principalmente para a indústria farmacêutica.
Os fungos sempre ajudaram a desenvolver remédios muito úteis (penicilina) e a comunidade científica dá como muito provável que esses microorganismos estudados possam ajudar, para começar, fornecendo pistas para a fabricação de uma espécie de “bloqueador solar” para pacientes em tratamento de radioterapia e de pessoas afetadas por radiação.
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