Torba Azenha
Não é uma simples disputa para ver quem tem recursos e tecnologia para construir grandes e velozes computadores. O que importa é a percepção de como os supercomputadores são fundamentais para o desenvolvimento da ciência, da inovação e da competitividade dos países.
Uma das principais “medidas” (não a única) usada para determinar o desempenho de um computador é chamada “Flops”, FLoating-point Operations Per Second (operações de ponto flutuante por segundo). No caso dos supercomputadores, a conta se faz em Teraflops (1 trilhão de flops) ou Petaflops (1 quatrilhão de flops), combinados a outros parâmetros. A título de comparação, um computador PC de configuração mais rápida possível, chega a apenas 20 gigaflops (ou 0,02 teraflops).
A cada 2 anos um ranking com os 500 supercomputadores mais rápidos em operação no mundo é divulgado. Dos 5 mais rápidos, os dois primeiros são chineses e os outros 3 americanos:
1) Sunway TaihuLight, China – 135,435.9 teraflops.
2) Tianhe-2, China – 54,902.4 teraflops.
3) Titã, EUA – 27,112.5 teraflops.
4) Sequoia, EUA – 20,132.7 teraflops.
5) Cori, EUA – 27,880,7 teraflops.
A China tem agora 109 supercomputadores, ou três vezes o número que tinha no ranking de julho de 2015, reforçando sua presença mundial. Em comparação, o número de supercomputadores de primeira linha nos EUA caiu de 231 para 201 e representa o menor número de sistemas do país na lista desde que o ranking Top 500 começou, há mais de vinte anos. Acendeu a luz amarela na comunidade científica americana.
O Japão também sabe da importância de bons sistemas e já anunciou um investimento de US$ 173 milhões para construir um supercomputador 30% mais veloz que o Sunway.
O Brasil tem 4 sistemas entre os Top 500, mas enfrenta graves problemas. O supercomputador Santos Dumont, o mais potente da América Latina (1,1 Petaflops), do Laboratório Nacional de Computação Científica, em Petrópolis (RJ), e que já foi o número 208 do ranking (hoje é o 433), foi desligado em junho do ano passado porque o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que teve seu orçamento reduzido em quase 25%, não pagou a conta de energia elétrica. Ele custou R$ 60 milhões e é responsável por processar dados de estudos sobre o vírus zika, o mal de Alzheimer e a camada pré-sal, entre muitos outros.
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