O Brasil vive um problema crônico de violência, que afeta seu desenvolvimento e provoca um perigoso esgarçamento do seu tecido social. Entretanto, ao invés de enveredar pelo caminho mais trabalhoso e efetivo da reforma, modernização, qualificação e profissionalização do sistema de justiça e segurança, temos testemunhado uma nova onda despudorada e tosca de populismo penal.Mesmo o pacote anticrime apresentado pelo Ministério da Justiça, que tem vários méritos no que se refere ao combate à corrupção, não resistiu às forças do populismo.Flexibilizou temerariamente as regras de exclusão de ilicitude, o que certamente incentivará maus policiais, assim como“pessoas de bem”, agora legalmente armadas, a fazer uso preventivo e desproporcional da legítima defesa, se acometidas de “surpresa ou violenta emoção”.É preciso ter clareza que o populismo penal, além de inefetivo, quando extremado, pode estimular o crime. O desafio de construir uma política consistente e efetiva no campo da segurança pública, que seja capaz de poupar vidas, ao que tudo indica, ainda permanece.O palestra abriu debate sobre as questões mais sensíveis do Plano de Segurança do MinistroSergio Moro.Exposição:Oscar Vilhena (Direito FGV)Coordenação:Glauco Arbix (FFLCH e OIC IEA USP) 02/04/19 Compartilhe nas redes sociais Share on FacebookShare on TwitterShare on Linkedin
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