A MARCHA DOS ROBÔS

Por 20 de julho de 2016

Glauco Arbix
Lucas Carvalho*

Altos custos de compra e implantação são fatores que dificultam o avanço da automação na indústria mundo afora. No entanto, os robôs avançam rapidamente nos Estados Unidos, Alemanha, Japão assim como na China e na Coréia do Sul. É verdade que estão presentes em empresas de grande porte e em setores específicos, como o automotivo e de eletrônicos. Tudo isso, pelo menos por enquanto.

As mudanças se prenunciam cada vez mais velozes à medida em que os robôs avançam em suas habilidades e se tornam mais baratos e eficientes. A Federação Internacional de Robótica (IFR) divulgou recentemente que em 2015 foram vendidas 248.000 novas unidades de robôs, número inédito que representa um crescimento de 12% em relação a 2014. Até 2018, ainda segundo a IFR, esse número deve chegar a mais de 2,0 milhões de unidades.

Marcha dos Robôs - Gráfico 1Os dados da pesquisa revelam que esse tipo de tecnologia ainda está longe de se disseminar no Brasil, especialmente no ritmo em que está ocorrendo em outros mercados emergentes, como China e Coréia do Sul. Para se ter uma noção comparativa, a China adquiriu 68.000 robôs em 2015 e se consolida como o país com a maior quantidade de robôs industriais no mundo.

Marcha dos Robôs - Gráfico 2O continente asiático responde atualmente por mais de 60% dos robôs vendidos no mundo. A Europa e a América do Norte aparecem em segundo lugar. Já a América Latina e o Brasil nem sequer apresentam referências relevantes nos levantamentos da IFR, evidenciando um gap tecnológico e produtivo que pode se tornar cada vez mais difícil de ser remediado em um futuro não muito distante.

*Pesquisador USP-Cebrap (lucas.monteiro.carvalho@usp.br)

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