EUROPA E O DESAFIO DA AUTOMAÇÃO

Por 23 de julho de 2016

Lucas Carvalho*

Apesar da importância do processo de automação para garantir maior competitividade ao setor privado com a otimização de custos trabalhistas, ao controle de estoques, à escassez de mão de obra em determinados setores, ao aumento de produtividade e as melhorias da qualidade de produtos e serviços, por outro lado, se não for conduzido adequadamente por gestores públicos, pode se tornar um problema com impactos globais avassaladores. Os maiores deles se referem à perda de postos de trabalho nas indústrias e ao crescimento dos índices de desigualdade de salários e de renda.

Essas questões são tão relevantes nos países desenvolvidos que, segundo uma publicação do European Parliament Eurobarometer de 2015, as preocupações com o desemprego e as desigualdades sociais entre jovens europeus foram considerados um dos principais desafios para a UE e seus estados-membros.

Um exemplo do frescor dessa discussão ocorreu recentemente no referendo suíço a respeito de um projeto que implementaria o pagamento de renda básica mensal a toda população do país, levando em consideração o aumento do desemprego em função da automação. Apesar do projeto não ter sido aprovado por 77% da população, 63% destes mesmos eleitores acreditam num novo referendo que traga o assunto mais uma vez à mesa de debates nos próximos anos e, quem sabe, amplie a discussão para todo o mundo.

Gráfico - Europa e automação*Pesquisador USP-Cebrap (lucas.monteiro.carvalho@usp.br)

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