Ronald Dauscha
Quase todas as semanas, em artigos gerados por empresas, universidades, órgãos de governo e especialistas, ouvimos falar da inexorável e emergente transição para a denominada Indústria 4.0.
Nas visões antecipadas desta assim chamada revolução, fica muito claro o que virá de positivo e, automaticamente, que ela irá atender a uma necessidade urgente de países como o Brasil.
Em linhas gerais, as novas tecnologias que, integradas compõem este movimento, prometem resgatar a relevância e competitividade da indústria nacional, hoje combalida devido não só a um mercado recessivo, mas também à baixa produtividade de nossas fábricas, à reduzida qualidade, a seus elevados custos (em função da força de trabalho, do parque fabril antigo, da logística complexa etc.) e à falta de costume e de práticas de exportação.
Os blocos que são sistematicamente citados para formar uma Indústria 4.0 são a integração ciber-física, os robôs autônomos, a Internet das Coisas, o Big Data, a Computação em Nuvem, a Inteligência Artificial, a Fabricação Aditiva (ou 3D), os conceitos de simulação e emulação, realidade aumentada, entre outros.
Com tantos elementos de última geração sendo considerados, as aplicações resultantes são muitas, como a simulação antecipada de plantas ainda em fase de idealização, a emulação em paralelo de linhas de produção, a interconectividade entre máquinas (que permite o balanceamento e roteamento da fabricação de forma autônoma, inteligente e em tempo real em função de variações na demanda), a produção customizada em massa, a estreita integração com fornecedores, a rastreabilidade de produtos até a casa do cliente, novos serviços e modelos de negócio, apenas para citar algumas.
Atualmente, somente uma pequena minoria de empresas está preparada para investir e comutar para uma realidade tecnológica e de operação que considere pelo menos alguns destes modernos conceitos. A empresa precisa antes se conhecer bem, saber em que grau de maturidade se encontra em aspectos relevantes desta modernização e, em função de um posicionamento estratégico, ir paulatinamente rumando, passo a passo, para uma Indústria 4.0.
Visando este processo de determinação de onde e como iniciar no ainda muito abrangente e relativamente nebuloso mundo da Indústria do Futuro, as ideias e iniciativas advindas de uma nova visão e missão precisam estar alinhadas com a área de pesquisa e desenvolvimento e inovação, e com toda a cadeia de valor – do fornecedor, passando pela logística e chegando ao cliente, bem como também, todos os conceitos de excelência na produção e qualidade devem estar assegurados.
Desta forma uma organização poderá almejar, planejar, se preparar e estar atualizada para ser um Indústria Avançada, desde que esteja de acordo com sua estratégia, situação, mercado e da real disponibilidade das tecnologias necessárias. Sempre rumo a 4.0!
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