Segundo matéria de capa da revista PIB – Presença Internacional do Brasil, a ciência brasileira se torna cada vez mais global. A revista conta ainda com outros artigos interessantes, como o da página 66, sobre os desafios na área jurídica enfrentados pelas brasileiras no exterior. Abaixo, matéria da Revista FAPESP sobre a reportagem de capa e o link para o download do número completo da revista (em PDF).
Download: PIB-ed13
Globalização da ciência brasileira
Agência FAPESP – A revista PIB – Presença Internacional do Brasil destaca em sua reportagem de capa que, da mesma forma que as empresas, a ciência brasileira também se torna cada vez mais global.
Em reportagem de 12 páginas, a publicação bimestral da Totum Excelência Editorial, com edições em português e inglês, apresenta exemplos do crescimento da ciência, tecnologia e inovação (CT&I) no país e como esse cenário positivo tem ampliado a internacionalização do país nesse setor.
“Entre 1997 e 2007, o número de artigos brasileiros em publicações científicas internacionais mais que dobrou, chegando a 19 mil por ano − mais que Holanda e Suíça. A participação brasileira nas publicações científicas internacionais subiu de 1,7%, em 2002, para 2,7%, em 2008.” Esses são alguns dos indicadores apresentados pela reportagem a partir de dados do Relatório Unesco sobre Ciência 2010.
Outro indicador importante é o aumento na quantidade de pesquisadores no Brasil por milhão de habitantes, que subiu de 401, em 2000, para 657, em 2007.
A reportagem também aponta a ampliação de acordos de cooperação em CT&I firmados por instituições do Brasil e do exterior. Entre os destaques são citados acordos assinados pela FAPSP com agências de fomento e instituições de ensino superior e de pesquisa na França, no Reino Unido e em diversos outros países.
“Essa parceria tem gerado intenso tráfego de pesquisadores de lá que vem para cá, e daqui que vão para os Estados Unidos”, disse à reportagem Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP.
De acordo com a revista, a “cooperação de pesquisadores brasileiros com seus colegas europeus nas duas organizações contribuirá para elevar os índices do país no ranking de colaboração científica internacional (…) O momento, no entanto, é bom para subir degraus”.
“A ciência no Brasil já atingiu um patamar que facilita as parcerias internacionais, e há muita gente de outros países interessada em parcerias em áreas como bioenergia e agricultura, entre outras”, disse Brito Cruz.
A reportagem cita como exemplo do aumento do interesse internacional pelo Brasil como parceiro de pesquisas a criação, em 2010, de um escritório local do Centre National de La Recherche Scientifique (CNRS) da França, principal instituição estatal francesa de fomento à pesquisa, com orçamento anual de 3,4 bilhões de euros.
“É um esforço de mão dupla. Além de identificar oportunidades de conjugação de esforços, o escritório também exibirá mais claramente a realidade brasileira para os franceses. Mostrará que aqui também há pesquisadores, instituições e estruturas de pesquisa de primeira linha”, disse Jean Pierre Briot, diretor do escritório sediado no Rio de Janeiro.
Mas a reportagem ressalta que não basta se tornar mais internacional. “Para render os efeitos econômicos e sociais esperados das economias do conhecimento, a pesquisa e a ciência brasileiras precisam enfrentar ainda o desafio de integrar-se mais decididamente à atividade econômica privada, criando raízes nas empresas de forma a gerar inovação em produtos e serviços oferecidos no mercado.”
“Nessa área, parece haver ainda longo caminho a ser percorrido. Afinal, lembra Brito Cruz, em 2009 foram concedidas, nos Estados Unidos, exatas 103 patentes a inventores brasileiros − apenas cinco a mais do que em 2000 (inventores indianos, por comparação, registraram 679 patentes em 2009, ante 131 em 2000)”, disse a revista.
De acordo com o estudo da Unesco, em 2008 o setor público ainda respondia por 55% do investimento bruto em pesquisa no Brasil, cabendo às empresas os 45% restantes – na União Europeia, o índice correspondente ao setor privado atinge 65% do total.
“Na opinião de Brito Cruz, o menor desenvolvimento da pesquisa empresarial não decorre de falta de recursos ou estímulos, pois há aqui ações de fomento competitivas com as de outros países: ele se deve, principalmente, a questões macroeconômicas, como a carga tributária e o custo do capital muito elevados. ‘Também é preciso mais estímulo à exportação, pois o mercado internacional exige competitividade, o que demanda mais pesquisa’”, destacou a PIB.
A reportagem Nas redes do conhecimento integra o número 13 – Mar/Abr 2011 da revista, que pode ser lido gratuitamente em www.revistapib.com.br/pdf/PIB-ed13.pdf.
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