ROBÔS ALEMÃES AGORA FALAM MANDARIM

Por 22 de julho de 2016Highlights, Manufatura Avançada

Glauco Arbix

A chinesa Midea, fabricante de eletrodomésticos, detém agora 85,6% das ações da empresa de robótica alemã Kuka, após meses de negociação. O que nasceu como uma tentativa de controlar cerca de 40% da Kuka, terminou com praticamente uma aquisição total de uma das empresas-chave para o projeto Indústria 4.0, que concentra hoje todas as atenções do governo e do empresariado alemão.

A Kuka é uma das quatro grandes que lideram a robótica mundial. Exatamente por isso, desde o início, o anúncio dos planos da Midea foi motivo de forte apreensão não só de alemães, mas também dos demais europeus, americanos, japoneses e coreanos e todos os que utilizam intensamente a engenharia de automação (ver O Sonho Chinês e o Pesadelo Alemão).

Agora, com o resultado final revelando-se ainda maior do que o esperado, a luz amarela cedeu lugar à vermelha.

Apesar de dirigentes da Kuka reiterarem que a empresa continuará alemã, é difícil ignorar que a China marcou um gol de placa. Mesmo com o acordo que assegura que empregos e plantas industriais permanecerão na Alemanha, pelo menos até 2023, e com a promessa da Midea de não buscar o domínio completo da Kuka, as imagens de uma China dominando tecnologias de alto desempenho têm o poder de amedrontar muita gente. .

O fato incontornável é que que os agressivos planos de transformar em high-tech a manufatura chinesa até 2025 começam a ganhar claramente contornos de realidade.

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