Torba Azenha
A astrofísica Vera Rubin morreu aos 88 anos. Ela descobriu (comprovando uma hipótese proposta em 1933 pelo suíço Fritz Zwicky) que algo além da massa visível era responsável pelo movimento das estrelas: a matéria escura (dark matter), um material que não emite luz e tem entre cinco e dez vezes mais massa do que a galáxia luminosa. Mais de 90% da massa do universo é composto por esse material.
Inúmeros cientistas foram inspirados por seu trabalho e muitos continuam pesquisando questões que não existiriam se não fosse por seu trabalho.
Ela enfrentou inúmeros obstáculos em sua carreira por ser mulher. Em 1965, foi a primeira mulher a ter permissão (antes disso, as mulheres não eram autorizadas a acessar essas instalações) para trabalhar no “Palomar Observatory”, e não havia banheiros femininos! Ela então cortou um triângulo de papel e colou por cima da pequena imagem de homem na porta de um sanitário, como uma saia, e disse “pronto, agora já temos um banheiro para senhoras”.
Rubin vai para a história ao lado de Lise Meitner, Chien-Shiung Wu e Henrietta Leavitt que, como físicas, mudaram nossa visão do Universo, mas, injustamente, nunca foram premiadas com o Prêmio Nobel.
A mãe da matéria escura morreu no dia do natal (25.12.16), mas deixa um brilho muito forte na história da ciência.
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