Torba Azenha
Pela primeira vez um estudo, conduzido por renomados pesquisadores brasileiros, analisou os efeitos das queimadas amazônicas sobre as células do pulmão humano.
Publicado pela Scientific Reports, a pesquisa se concentrou no reteno, um composto químico pertencente à classe dos hidrocarbonetos. E traz dados preocupantes: as células pulmonares sofrem severos danos em seu DNA e após 72 horas de exposição, mais de 30% das células em cultura já estão mortas.
“Não encontramos na literatura científica informações sobre a toxicidade do reteno. Espero que nossos achados sirvam como incentivo para que esse composto seja melhor estudado e para que suas concentrações ambientais passem a ser reguladas pelas organizações de saúde”, disse Nilmara de Oliveira Alves Brito, primeira autora do artigo e bolsista de pós-doutorado da FAPESP.
A pesquisa foi conduzida sob a supervisão do professor Carlos Menck, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB-USP), e Silvia Regina Batistuzzo, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Contou com a participação de Paulo Saldiva, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), e de Paulo Artaxo, do Instituto de Física (IF-USP), além de pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Washington University em Saint Louis, nos Estados Unidos.
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